É dia 20 de novembro, dia de comemoração e reflexão. A data é um marco em nossa história e representa um grande passo da sociedade na busca por um mundo melhor. Está se lembrando do que comemoramos hoje? Caso não esteja, vamos te lembrar. Pegue carona nesse bonde e vamos aprender como falar sobre igualdade racial com nossas crianças.
O Brasil celebra no dia 20, o dia da Consciência Negra. A data incluída no calendário escolar em 2003 e em 2011 instituída oficialmente por lei, celebra uma luta que vem sendo vencida, mas também trás uma reflexão de como ainda podemos e devemos avançar nesta batalha.
Infelizmente a desigualdade racial ainda existe em nossa sociedade. Recentemente um caso chocou o Brasil, um entregador foi humilhado e agredido com palavras racistas por um homem em São Paulo, o vídeo logo viralizou e causou revoltas nas redes sociais. Em pesquisa realizada pelo Instituto Paraná, mais de 60% do brasileiros acham que o país é racista e 40% disseram que já presenciaram um ato de preconceito racial.
Importância de se falar com as crianças
Segundo estudos da Academia Americana de Pediatria, a desigualdade racial em idade escolar pode impactar a saúde mental sendo um dos responsáveis por doenças psíquicas como a depressão, ansiedade e estresse pós traumático. O estudo também apontou que garotos de 10 a 15 anos que tiveram experiência com o racismo são mais propensos a problemas comportamentais como agressividade.
Negligenciar não é o caminho, a desigualdade racial destrói vidas e mais vidas, aí a importância de trabalharmos esse assunto em casa. Lembrando que mais do que falar com as crianças, nós precisamos ser exemplos, isso por que elas reproduzem os comportamentos que observam em nós. Confira 10 dicas da Unicef para uma infância sem racismo:
10 maneiras de contribuir para Uma Infância sem Racismo
1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.
2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer – contextualize e sensibilize!
3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.
4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.
5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.
6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.
7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.
8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.
10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.
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